17/01/2010

Ribeira da Mota – Águas mil - 3

 

 

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PARTISTE…

 

Partiste…
Foi longa a tua estadia,
Mas agora,
Na tua ausência,
Sinto que fostes brisa a passar
E, findo o rumor,
Sinto que mal dei por ti.
No entanto,
Deixaste-me por cá
Um pouco mais,
Para que te traga de novo à vida
Ainda que, lá por fora,
Não sejas sombra ao sol
Mas, tão somente,
Sol na minha sombra.

 

-Américo Almeida - 2007

Ribeira da Mota – Águas mil - 2

 

 

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Ribeira da Mota, junto à presa do Alquebre.

 

RIBEIRA DA MOTA

Das entranhas do monte
Irrompe a seiva cantante,
Em fios de fina prata,
Reluzente, bordejando leiras,
Na ansiosa procura
De um leito materno,
De um regaço de águas.

Mas o mar apela,
Como mãe pelos filhos,
E, vale abaixo,
Rasgando o verde,
Sulcando a terra,
Amaciando a fraga,
Vai a Ribeira apressada,
Fecunda, destemida,
À procura do seu destino,
Do imenso, infinito,
Azul do mar.

Parte, mas parte num risonho adeus,
Na certeza de quem sabe
Que há-de voltar:
Ao mesmo monte,
Ao mesmo leito,
E de novo ao mar.

 

- Américo Almeida - 2007

Ribeira da Mota – Águas mil - 1

 

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O Inverno vai rigoroso e com muita chuva. Não admira, pois, que a ribeira da Mota vá correndo caudalosa e bonita de se ver.

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